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Viés racial das forças policiais visto em números


Fotografia de Wesley Marçal, Unsplash

Hoje, dia 21 de março, assinala-se o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e, por isso, expômos aquela que foi a notícia mais marcante da semana, no âmbito desta temática. Partilhamos a notícia de Joana Gorjão Henriques no Jornal Público, onde apresenta os resultados de um estudo conduzido pela antropóloga Ana Rita Alves, acerca do viés racial existente em operações policiais realizadas entre 1996 e 2020.

Os dados, que denunciam aquilo que muitas associações e coletividades antirracistas têm vindo a afirmar, quanto ao caráter profundamente estrutural do racismo e da discriminação racial, apontam que uma pessoa cigana tem 43 vezes mais probabilidade de ser morta pela polícia, do que uma pessoa não cigana. Assinala ainda que uma pessoa negra tem 21 vezes mais probabilidade de ser morta pela polícia, face a uma pessoa não negra.


A disparidade é ainda mais preocupante quando consideramos que 36% das mortes decorrentes de intervenções policiais, no período acima descrito, envolveram pessoas não brancas.


Para fazer esta análise, que resultou na sua tese de doutoramento intitulada "Para lá da Perda: Raça, Deslocamento e o Político", a investigadora cruzou dados dos relatórios da Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) com informações do SOS Racismo, dados do Censos 2021 e estimativas populacionais.


A investigação revela ainda que existe uma maior concentração de ocorrências em determinados territórios, como a Amadora, onde foram registadas várias mortes e incidentes violentos a incidir sobre comunidades racializadas.

«(...) Assim, entre 1996 até 2020, foram registados pela IGAI 3989 casos de ofensas à integridade física, 127 ferimentos com arma de fogo e 70 mortes pela polícia.


O número de pessoas negras mortas pela polícia em Portugal nessas datas corresponde a19% do total dos casos registados pela IGAI, ao passo que o das pessoas de origem cigana corresponde a 17% do total. Juntas, significam 36% do total das mortes, o “que mostra claramente uma sobrerepresentação”. (...)»

Leia a reportagem na íntegra no link acima.



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