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As eleições Legislativas na perspetiva de um bairro social


Fotografia de autor desconhecido, retirada do site Arte & Cultura no Areeiro

Partilhamos a reportagem de Fernanda Câncio, no Diário de Notícias, no rescaldo das eleições Legislativas de 2024.


Esta reportagem explora as nuances do voto em bairros sociais racializadas como o Portugal Novo em Lisboa.


O bairro que agrega uma comunidade intercultural de moradores - comunidades ciganas, descendentes de imigrantes dos PALOP e famílias que para lá foram viver no grande êxodo rural do século XX, reproduz em parte a clivagem política existente no país.


Há uma divisão entre o apoio ao Partido Socialista e o apoio ao Chega. Por um lado votam no PS por se apresentar como um grande suporte para as comunidades ao implementarem várias políticas sociais positivas, por outro votam no Chega pela influência crescente, no bairro, de discursos e preocupações em torno de questões de imigração, LGBT e aborto.


A pobreza e a falta de infraestrutura social são destacadas, juntamente com narrativas discriminatórias do Chega, que culpam minorias por problemas sociais, aumentando os conflitos sociais existentes.


Embora sendo um bairro constituído por estes setores populacionais discriminados, o discurso segregador e culpabilizador em torno de 'bodes espiatórios' vai produzindo algum eco e dando algum significado às incertezas e às dificuldades sentidas pelos moradores. A reportagem conduz a importantes reflexões acerca destes temas.


«(...) Ainda é cedo - estamos a meio da tarde - para saber para onde os votos sopram, mas se dependesse desta roda de mulheres e homens, muito mais mulheres que homens, todos de origem cabo-verdiana, todos de pele escura, todos, como se diz, racializados, o Partido Socialista teria maioria absoluta. Mas, atenção, nem tudo o que parece é. “Eu gostava que ganhasse o PS, é um partido que ajuda os imigrantes, os pobres”, comenta Ana Vicente, cabeleireira de 48 anos. “Porém acho que vai haver empate. E depois há o Chega, que diz o que o povo mais antigo quer ouvir. A geração do meu pai, por exemplo.” Faz uma pausa como quem toma balanço. “Uma das coisas que o Ventura diz é que é contra os ciganos, e o meu pai vai muito nisso. Diz: ‘Eu vim para aqui para Portugal e sempre trabalhei e nunca me deram nada’.” (...)»


Leia na íntegra, no link acima.

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